São três dias de programação voltada às famílias e profissionais envolvidos
A Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf) deu início à capacitação do serviço Família Acolhedora. O evento de abertura aconteceu na noite de terça-feira (14), no auditório do Instituto Federal de Educação Rondônia (Ifro), Campus Calama. O Serviço da Família Acolhedora é voltado para crianças e adolescentes afastados da família por medida de proteção, em residências de famílias acolhedoras previamente cadastradas. São três dias de programação sobre o tema Acolhimento Familiar em Porto Velho.
O secretário da Semasf e presidente do Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistência Social do Estado de Rondônia (Coegemas-RO), Claudi Rocha, comentou a importância dos profissionais para o projeto. “Sem as psicólogas e assistentes sociais a Semasf não existiria. Estamos nesse evento com a Neuza, que é uma referência nacional em capacitação e formação de famílias acolhedoras, justamente nesse serviço que a gente aposta”.
Magda dos Santos, gerente do Serviço de Acolhimento, explica o programa. “Nós trouxemos a Neuza Cerutti, que é uma referência no Acolhimento Familiar específico para os técnicos psicólogos e também para os estudantes de psicologia e serviço social. A gente vem trabalhando com esse projeto desde 2017, e agora nós somos um serviço consolidado no município. É a garantia de direitos de nossas crianças e adolescentes. Invés de estarem em uma unidade de acolhimento, que são os chamados orfanatos, elas estão numa família, recebendo carinho, amor e tendo uma referência familiar. O nosso intuito é fortalecer esse serviço”, disse.
O juiz da vara de Proteção da Infância e Juventude, Flávio Henrique de Melo, fala sobre a atuação do Juizado. “É muito importante todos os setores envolvidos e presentes para falar de um assunto tão relevante como esse, a gente percebe que é um momento de fragilidade da família, de problemas que levam a essa situação, mas com a junção de esforços de todas entidades, poder Judiciário e demais órgãos de apoio, a gente consegue mudar essa realidade”.
O magistrado disse ainda que existe todo um processo avaliativo antes de qualquer contato entre a família e a criança ou adolescente. “Existe um procedimento de avaliação que é feito pelo Creas, e uma vez aprovadas essas famílias passam a ser candidatas a receberem uma criança ou adolescente nesta condição, e daí nosso trabalho consiste em acompanhar e fiscalizar para saber se essas crianças estão sendo bem cuidadas com seus direitos respeitados”, finalizou.
PALESTRANTE
Neuza Cerutti é assistente social, graduada em Direito, coordenadora do Serviço de Acolhimento Familiar desde 2008. Palestrante em eventos nacionais e internacionais, a coautora do livro "Acolhimento Familiar: Uma Alternativa ao Direito à Convivência Familiar da Criança e do Adolescente" fala sobre sua participação no evento em Porto Velho.
“É importante falar sobre a interface entre serviço social e psicologia, que como todos nós já sabemos, são as equipes e disciplinas na política nacional de assistência social, e consequentemente os profissionais de referência do Acolhimento Familiar. Temos ainda que considerar que é crucial para o êxito de qualquer serviço de Acolhimento Familiar esse momento de capacitação e formação das famílias acolhedoras. Nenhuma criança deve entrar na casa de uma família acolhedora sem que haja esse momento de preparo e capacitação”, declarou.
Organizado pelo Departamento de Proteção Social (DPSE), Gerência de Acolhimento Familiar, o evento faz parte de um programa nacional. Em Porto Velho a Semasf conta com a parceria do Conselho Regional de Psicologia (CRP 24/RO-AC) e Conselho Regional de Serviço Social - 23º Região Rondônia e Acre.
Texto: Rando Silva
Foto: Felipe Ribeiro
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)